Ex-Coritiba, o atacante que recebeu cartão por abusar dos dribles, faz fama na Turquia
O Coritiba fazia boa campanha no Brasileiro de 2002. Recebeu o famoso Santos, de Diego e Robinho, no Couto Pereira e vencia por 4 a 2. Até que, perto do fim do jogo, um atleta, disposto a deixar o tempo passar, pára a bola no ataque e pedala diante da zaga santista. O árbitro Leonardo Gaciba interpreta a atitude como menosprezo ao rival, dá cartão amarelo e eterniza o nome de Jabá como o jogador punido por querer driblar.
- Conduzi a bola até a ponta direita e pedalei diante do Léo (lateral) e do André Luis (zagueiro). Como eles não vinham para cima de mim, fiquei parado. O Gaciba apontou falta técnica e disse que era falta de respeito. Nada a ver, sempre usei meus dribles para chegar ao gol.
Cinco anos depois, Jabá aliou a facilidade para driblar ao poder de conclusão e faz sucesso no futebol da Turquia como Jabagol. Maior artilheiro da história do modesto Ankaraspor, com 48 gols em três temporadas, o jogador negocia com clubes da Alemanha e da França e engrossa a lista dos que não pretendem voltar ao mercado nacional.
- Estou feliz na Europa. No início é sempre complicada a adaptação, problemas com o idioma, mas com o tempo tudo foi resolvido. Não descarto o Brasil, tudo pode acontecer, porém, hoje minha prioridade é ficar por aqui e seguir nas artilharias dos campeonatos.
A distância de casa foi amenizada com a presença de outros brasileiros pelos clubes turcos. Nos dias de folgas, Jabá recorre a DVDs de artistas brasileiros para matar a saudade. O maior hobby, no entanto, trata-se de uma característica comum a todo o mundo.
- Vou muito a shopping, faço compras. O dia-a-dia aqui é muito diferente do Brasil. Então é o que acaba sendo mais interessante para fazer. É legal também porque a gente recebe o reconhecimento do torcedor. Muitos me param e pedem para tirar fotos - diz.
Jabá, que nasceu Sílvio, na pequena Simões, no Piauí, segue o caminho de outros brasileiros. Esquecido no seu país, concretizará no início de agosto o processo de naturalização para se tornar turco.
- Meu nome passará a ser Melih, o mesmo do dono do Ankaraspor, que é meu fã e sonha em me ver com a camisa da Turquia. Como nunca tive chance com a seleção principal do Brasil, disputar a Eurocopa seria uma grande realização - conclui o novo "turco-brasileiro", que já defendeu o Brasil em seleções de base.
Fonte Globo.com
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